Teorias conspiratórias 'antivacinas' perdem para a realidade no Paraná
04/04/2019 10:31 em Paraná

 

Nos últimos meses, uma série de acontecimentos colocaram em xeque as ‘teorias da conspiração’ sobre vacinas. Entre o final de fevereiro e o começo de março, foram dois casos de adolescentes vítimas de meningite no Paraná. Além disso, só neste ano já foram registrados quatro óbitos no Estado por conta da gripe, o dobro em relação ao mesmo período do ano passado (o número de casos, porém, está dentro da normalidade). Sem falar na febre amarela, que depois de casos confirmados no Litoral e Vale do Ribeira, fez disparar a procura pela vacina.

Depois destes casos, a procura por vacinas voltou a aumentar em Curitiba, após um ano em que o índice de imunizações ficou abaixo do esperado. “Foi muito falado da não adesão às vacinas oferecidas na rede pública no último ano. O Brasil tem um calendário bem completo, mas a taxa de cobertura foi bem ruim no ano passado, abaixo de 80% para várias vacinas, o que é bem preocupante para doenças tão graves como a meningite meningocócica”, aponta a pediatra Heloísa Giamberardino, coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe.

“Então isso foi meio que um xeque-mate nesses movimentos antivacinais, que são muito frágeis, mas as pessoas escutam essas coisas e não levam em consideração o que a ciência tem hoje”, complementa a médica, apontando ainda que, depois do tratamento da água, nenhuma outra medida teve tanto impacto positivo para a saúde humana em termos de profilaxia como as vacinas.

Armando Salvatierra Barroso, que também é pediatra, corrobora com as afirmações da colega. Ele, que se apresenta como “um vacinólogo por excelência”, aponta que a vacina foi uma “mão na roda” e ajudou a derrubar a mortalidade infantil nas últimas décadas. “Isso mostra que a vacina funciona. Para mim, é o principal de tudo. Quando alguém me diz que é contra vacina, eu digo que se todos pensassem como ele ainda estaríamos tendo problemas com a peste bubônica, varíola, paralisia infantil.”

Para explicar a importância de se imunizar, ele traz um exemplo inusitado, mas bastante ilustrativo. “É parecido com o seguro de carro. Você paga o seguro e torce para não bater o carro ou roubarem. Mas se acontecer qualquer coisa, você tem o seguro. A mesma coisa acontece com a vacina. Se você tomou a vacina, pode respirar aliviado”, explica.

Campanha nacional de imunização começa na próxima semana
Na próxima semana, terá início a campanha nacional de vacinação da gripe, que acontecerá entre os dias 10 de abril e 31 de maio. De início, até o dia 19, a vacinação na rede pública será exclusiva para gestantes e crianças. A partir do dia 22 de abril, todos os grupos prioritários (trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, idosos, pessoas com comorbidades, pessoas privadas de liberdade, professores e profissionais do sistema carcerário) poderão se vacinar. O número de pessoas a serem vacinadas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), é de 3.346.734. A meta é vacinar 90% dos grupos prioritários.

Neste ano, até esta quarta-feira (3), já foram registrados no Paraná 11 casos de Influenza no Estado com 4 óbitos registrados. No mesmo período do ano passado foram 18 casos da doença com 2 óbitos.

Laboratórios da Capital já ofertam a tetravalente da gripe
Na rede privada, as vacinas contra a gripe (tri e tetravalente) já estão disponíveis ao público desde o final de março. Segundo Isabel Mioto, proprietária da Cevaccine (R. Brg. Franco, 974), o ideal é que os pacientes busquem a imunização ainda durante o outono. “É a data ideal, porque quem se vacina no outono consegue ter imunidade antes de os vírus começarem a circular”, explica.

Já Thanara Truner da Silva, sócia-proprietária da Previnna (Av. João Gualberto, 1779 – Cj. 01 – Anexo ao CMEB), aponta que a procura pelas vacinas ainda está em ritmo lento. “Está bem tranquilo, está quente. Pessoal espera esfriar, o nariz começar a trancar, e vem mesmo quando está frio.”

Na Cevaccine, a vacina tetravalente está sendo comercializada por R$ 110, enquanto a trivalente sai por R$ 90. Já na Previnna, a tetravalente é vendida por R$ 90 e a trivalente, por R$ 55 – e quem já se vacinou na clínica em anos anteriores ganha desconto.

FONTE: BEM PARANÁ

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