Os trechos paranaenses de rodovias federais são aqueles que apresentam maior número de pontos vulneráveis para exploração sexual de crianças e adolescentes. É o que revela a Cartilha Mapear 2017/2018, divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a ONG Childhood Brasil.
De acordo com o estudo, que apresenta o resultado do monitoramento de 71 mil quilômetros de estradas federais, o Paraná concentra 299 dos 2.487 pontos vulneráveis em todo o país. Na comparação com o levantamento anterior, feito entre 2013 e 2014, houve acréscimo de 67% no número de locais, bem acima da variação verificada em todo o território nacional, de 26% (passando de de 1.969 pontos para 2.487).
São considerados pontos de vulnerabilidade para exploração sexual de crianças e adolescentes os locais que apresentem algum risco aos jovens que vivem ou passam pela região.
Ou seja, não são necessariamente pontos de efetiva exploração, mas que apresentam determinado grau de periculosidade, exigindo um trabalho de gerenciamento de risco. Em geral, os pontos mais perigosos são aqueles com postos de combustíveis, bares, casas de show, pontos de alimentação e pontos de hospedagem (nessa ordem).
Importante destacar, ainda, que esse aumento no número de pontos vulneráveis não deve ser interpretado de forma absoluta. Segundo os responsáveis pelo levantamento, algumas questões devem ser consideradas nesta leitura, como a qualificação dos policiais, a redução do número de pontos considerados críticos e a migração dos pontos vulneráveis.
E de fato o mapeamento mais recente aponta uma queda no número de pontos críticos. No Brasil, eram 566 em 2013/2014, número que caiu para 489 em 2017/2018. Uma redução de 15,8%, portanto. Já no Paraná, haviam sido identificados 31 pontos críticos no levantamento anterior, número que agora caiu para 29 (queda de 6,5%).
Com isso, os trechos de rodovia federal que cortam o Paraná despontam como o quinto no ranking nacional quando filtrados os pontos considerados críticos. Apenas Ceará (81), Goiás (55), Pará (52) e Minas Gerais (48) estão na frente das estradas paranaenses.
Campanha orienta como perceber sinais de violência
A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social do Paraná lançou neste mês a campanha “Não Engula o Choro”, que visa incentivar a denúncia e explicar aos cidadãos quais os sinais que indicam se uma criança está sendo vítima de violência.
Dados do Disque-denúncia 181, inclusive, apontam que houve um aumento de 37,6% no número de denúncias de violência contra jovens em 2017 na comparação com 2016, passando de 843 para 1.166. Os casos de violência sexual (428), violência física (413), negligência ou abandono (324) e violência psicológica ou moral (80) são os mais comuns.
Quanto aos sinais que indicam se a criança ou adolescente sofreu alguma violência, é preciso estar atento, em qualquer idade, ao aparecimento sem causa aparente de: irritabilidade constante; olhar indiferente e apatia; distúrbios do sono; dificuldade de socialização e tendência ao isolamento; aumento na incidência de doenças, especialmente de fundo alérgico; e frequentes afecções na pele.
FONTE: BEM PARANÁ