Impostômetro vai atingir a marca de R$ 1 trilhão 11 dias mais cedo neste ano
Economia
Publicado em 22/05/2019

 

A próxima sexta-feira (24) será um dia a ser recordado pelos brasileiros. É que no dia 24 de maio os brasileiros terão pago o total de R$ 1 trilhão em impostos, segundo levantamento do Impostômetro instalado na fachada da Associação Comercial do Paraná (ACP). O montante, que será arrecadado 11 dias antes do que em 2018, corresponde ao total de 63 impostos, taxas, multas e contribuições pagas peos brasileiros desde o início do ano nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal.

Em 2006, inclusive, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) realizou um estudo no qual identificou que os brasileiros trabalham, em média, 145 dias (o equivalente a quase cinco meses) apenas para pagar seus impostos. Atualizando o cálculo, hoje já seriam 153 dias de trabalho apenas para pagar tributos – este ano, inclusive, será a primeira vez que a marca trilionária de arrecadação será alcançada em maio.

Ainda segndo o IBPT, em média 33% do que você paga ao consumir qualquer coisa no mercado, na lanchonete, no restaurante ou no bar acaba sendo revertido em imposto. E é para chamar a atenção para questões como essa que empresários, liderados pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), realizam no próximo sábado o Dia D do Feirão do Imposto.

Na data, que será celebrada em 46 cidades do Paraná (Curitiba, contudo, ainda não está confirmada), produtos como combustíveis, cervejas, suco de laranja e pão francês serão vendidos sem impostos. A seleção dos produtos com imposto zero no ato da venda depende de parceria que os movimentos de jovens fazem com os varejistas de cada município.

“Na verdade, o comerciante vai pagar o imposto, mas ele subsidia esse valor para o consumidor ter uma ideia de como seria o preço do produto sem a carga tributári tão alta como hoje”, explica o coordenador nacional do Feirão do Imposto pela Conaje, Eduardo Medeiros Pereira.

Segundo ele, o grande problema no Brasil hoje é a alta carga tributária sobre o consumo, mais fácil de ser feita porque os consumidores não percebem claramente os impostos que estão sendo pagos. É que você não emite, por exemplo, uma guia para pagar o imposto do produto que consome. Você simplesmente paga o valor do produto e pronto, o imposto já está embutido. É a chamada “tributação velada”.

“O grande viés que temos de focar e engrandecer é a questão da reforma tributária. Temos uma alta carga e má divisão. O único meio de mudar isso é com uma reforma. Não somos contra o pagamento de impostos, só queremos uma forma de pagamento mais justa”, argumenta Pereira.

“Menos é mais” é o tema deste ano
O Dia D do Feirão é referência ao Dia da Liberdade de Imposto (DLI), celebrado no dia 24 e que este ano coincidiu com a realização do feirão. O tema escolhido pela Conaje para o evento é “Menos é mais”, numa referência à Curva de Laffer, teoria econômica desenvolvida pelo economista Arthur Laffer.

“O tema vem de uma analogia à Curva de Laffer. É que chega um ponto que não adianta mais aumentar o valor dos tributos que a arrecação começa a diminuir. Melhorando a questão tributáriamos, podemos ter melhor desempenho da esconomia e mais arrecadação. Menos burocracia, acreditamos, é também mais eficiência dentro do sistema tributário”, aponta o coordenador nacional do Feirão do Imposto pela Conaje.

Os produtos com maior taxação no Brasil

Produto

imposto

Vodca

82%

Casaco de pele vison

82%

Cachaça

82%

Cigarro

80%

Perfume importado

78%

Caipirinha

77%

Arma de fogo (revólver)

72%

Videogames

72%

Playstation

72%

Perfume nacional

69%

Moto (acima de 250 cc)

65%

Vermute

62%

Quentão

62%

Mesa de bilhar (sinuca)

62%

Isqueiro descartável

62%

Fogos de artifício

62%

Chope

62%

Charuto/cigarrilha

62%

Cachimbo

61%

Whisky

61%

Espumante

60%

FONTE: BEM PARANA

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