Servidores acampados em frente ao Palácio do governo reagem a proposta: 'a greve continua'
Política
Publicado em 04/07/2019

 

Logo após o anúncio da reposição salarial parcelada até 2022, os servidores estaduais acampados na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, gritaram palavras de comando: "a greve continua". "Essa reação representa a insatisfação do servidores que estão aqui em greve", disse Marlei Fernandes de Carvalho, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), responsável pelo comando da greve. Os trabalhadores estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 26 de junho

Ela relata que a proposta apresentada representa graves prejuízos aos servidores. "Quando recebemos em mãos a proposta, constatamos que ela é muito mais grave do que tínhamos achado, pois esse meio porcento se traduz em um monte de retirada de direirtos dos servidores", declarou Marlei. "E isso é inaceitável, por isso a reação de todas as pessoas que estão na greve e que estão aqui na praça", disse. 

Delegados e policiais

A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná, em conjunto com o Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná, enviou uma nota às redações um comunicando para falar sobre os rumos do movimento, em uma entrevista, à tarde. "Diante da proposta de reposição salarial dos servidores públicos do estado, apresentada pelo governador do estado, Ratinho Junior, e compreendendo que estão exauridas as tentativas de negociação direta com governo, a Associação convoca toda a imprensa". No parágrafo seguinte informa que "tratará de temas sensíveis a sociedade paranaense a partir de decisões que serão anunciadas durante o encontro com os jornalistas".

Professores

Os professores seguem em paralisação por tempo indeterminado. A informação foi confirmanda na manhã desta quarta-feira, 3, em nota encaminhada pela APP-Sindicato, que representa os professores da rede pública estadual de ensino. Sobre a proposta do governador Ratinho Junior (PSD), a entidade sindical classificou como "indecente" a atitude do governador como "desrespeito".

"A prática já se configura como um desrespeito as mais de 280 mil famílias de servidores públicos paranaenses, da ativa e aposentados, que estão há 42 meses com seus salários congelados e em greve pela falta de diálogo do executivo", diz a nota. "Mais grave é tentar chantagear as categorias de servidores e condicionar a efetivação dessa proposta a retirada de direitos dos servidores."

"Queremos que o governador cumpra a promessa de campanha, de manter as portas do palácio abertas para negociar e pagar o que deve aos servidores. A Greve continua porque é legítima e tem uma pauta de garantia de direitos a quem atende a população que mais necessita do Estado", finaliza

Acampamento

Depois de reunir mais de 15 mil pessoas nas ruas de Curitiba, na última segunda-feira, o Fórum das Entidades Sindicais (FES) montou acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. A vigília espera por uma reunião com o governador para negociar a revisão dos salários, que estão congelados há mais de três anos.

Reivindicação

O funcionalismo reivindica o pagamento de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, mais negociação dos atrasados. Sem reposição desde 2016, as perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com o economista do FES, o prejuízo é equivalente a deixar de receber mais de dois salários por ano.

De acordo com estudos orçamentários do FES, a reivindicação pode ser atendida e não oferece riscos às contas públicas. Com base em dados da Secretaria da Fazenda, a despesa com pessoal é a menor dos últimos 10 anos. Em março, a imprensa oficial divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.

FONTE: BEM PARANÁ

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