A cada seis horas e meia, um ciclista é vítima do trânsito no Brasil. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, entre janeiro de 2011 e agosto de 2020 (último mês com dados disponíveis) um total de 12.920 brasileiros perderam suas vidas enquanto pedalavam, sendo que o Paraná aparece como um dos estados com mais fatalidades entre todas as unidades da federação.
Em números absolutos, o estado com mais ciclistas mortos ao longo da última década foi São Paulo, com 2.387 registros. Em seguida aparece Minas Gerais, com 1.250, o Paraná, com 1.211, e Santa Catarina, com 930
Note-se, porém, que a população dos dois estados que ficam na frente do Paraná é consideravelmente superior à população paranaense. São Paulo, por exemplo, tem 46,3 milhões de habitantes. Minas Gerais, 21,3 milhões, enquanto o Paraná soma um contingente de 11,5 milhões de pessoas.
Além disso, o Paraná também é “destaque” nacional pelo número de ciclistas que vão parar no hospital após acidentes de transporte. Entre 2011 e 2020, 6.036 pessoas que estavam pedalando acabaram hospitalizadas, número que só não é superior ao de São Paulo (34.071), Minas Gerais (18.796) e Santa Catarina (6.095). Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), também do Ministério da Saúde.
Principais vítimas
Com relação à idade das vítimas, os números do SIM mostram ainda que os ‘jovens adultos’ são os que mais morrem no trânsito enquanto pedalam. No Paraná, quase 20% das mortes se concentram na faixa entre 50 e 59 anos, 18% na faixa entre 40 a 49 anos e 15,36% na faixa entre 60 e 69 anos (ou seja, já são idosos).
Também é grande, porém, o número de mortes na faixa entre 20 e 29 anos (10,07%) e 30 a 39 anos (11,23%). Foi esse o caso, inclusive, da ciclista Mariana Camargo, que tinha 32 anos e na última segunda-feira faleceu a caminho do hospital de parada cardiorrespiratória, após ser atropelada na BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela pedalava no acostamento, quando caiu na pista e foi atropelada. Mariana deixou marido e dois filhos pequenos.
Pandemia
O uso da bicicleta ganhou mais destaque com a pandemia do novo coronavírus. As medidas de distanciamento social incentivaram as pessoas a deixarem o transporte de massa e as aglomerações pela bicicleta.
Com essa tendência fortalecida, segundo dados do governo federal, só no ano de 2020 foi registrada a abertura de 4.800 empresas que desempenham atividades econômicas relacionadas ao setor de bicicletas no Brasil. No Paraná, segundo dados do Cadastro Sebrae de Empresas, são 2.333 negócios ativos no segmento.
Os números de mortes de ciclistas
Mortes de ciclistas no Paraná e no Brasil, ano a ano
Ano do Óbito
|
Paraná
|
Brasil
|
2011
|
136
|
1475
|
2012
|
138
|
1492
|
2013
|
134
|
1348
|
2014
|
110
|
1357
|
2015
|
111
|
1311
|
2016
|
127
|
1262
|
2017
|
98
|
1306
|
2018
|
151
|
1363
|
2019
|
143
|
1358
|
2020*
|
63
|
648
|
TOTAL
|
1211
|
12920
|
* Dados preliminares até agosto de 2020
Mortes de ciclistas no Paraná, por faixa etária
Faixa etária
|
Número absoluto
|
Porcentual
|
1 a 4 anos
|
5
|
0,41%
|
5 a 9 anos
|
16
|
1,32%
|
10 a 14 anos
|
45
|
3,72%
|
15 a 19 anos
|
85
|
7,02%
|
20 a 29 anos
|
122
|
10,07%
|
30 a 39 anos
|
136
|
11,23%
|
40 a 49 anos
|
218
|
18,00%
|
50 a 59 anos
|
237
|
19,57%
|
60 a 69 anos
|
186
|
15,36%
|
70 a 79 anos
|
117
|
9,66%
|
80 anos e mais
|
39
|
3,22%
|
Idade ignorada
|
5
|
0,41%
|
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde
MATERIA POR: BEM PARANÁ