O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será interrogado, em Curitiba, nesta quarta-feira (14). A audiência – referente a um processo da Operação Lava Jato – está marcada para as 14h, no prédio da Justiça Federal.
Esta será a primeira vez que o ex-presidente deixará a Superintendência da Polícia Federal (PF), onde está preso desde abril.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente recebeu propina de empresas como a OAS e a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. Outras 12 pessoas são rés neste processo.
Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio, de acordo com os procuradores do MPF. Segundo a denúncia, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão.
Lula nega as acusações e afirma não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos do ex-presidente.
O empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio, responde por lavagem de dinheiro. Interrogado pela Justiça, na segunda-feira (12), Bittar disse queachavaque Lula faria o pagamento das obrasna propriedade.
O pecuarista José Carlos Bumlai, que é amigo de Lula e réu por lavagem de dinheiro nesta ação penal, também será interrogado nesta quarta-feira.
Juíza substituta
Os interrogatórios, que começaram na semana passada, estão sendo comandados pela juíza federalGabriela Hardt, substituta na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Gabriela Hardt assume temporariamente os processos da Lava Jato — Foto: Reprodução
Sérgio Moro era o juiz federal responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, porém, ao aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para ser ministro da Justiça, se afastou do cargo.
Em 5 de novembro, Moro comunicou que tiraria férias por 17 dias e que pedirá exoneração perto da posse, ou seja, no início de janeiro.
Gabriela Hardt começou a trabalhar com Moro em 2014 e, desde então, já o substitutiu em audiências.
Seleção do novo juiz
A seleção do novo juiz é de responsabilidade do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).